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EDUCOMUNICAÇÃO E O COMBATE AO CAPACITISMO NA ESCOLA

No dia 31 de outubro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Luta pelo Fim da Discriminação contra Pessoas com Deficiência, uma data que convida escolas, educadores e comunidades a refletirem sobre as barreiras que ainda persistem — físicas, comunicacionais, atitudinais e, principalmente, as que habitam o imaginário social.


Entre essas barreiras, destaca-se o capacitismo, discriminação baseada na deficiência e manifestada em atitudes, discursos ou práticas que inferiorizam pessoas com deficiência. No contexto escolar, ele pode surgir de forma sutil — quando subestimamos as capacidades de um aluno, quando adaptamos sem ouvir suas necessidades ou quando celebramos “superações” sem reconhecer direitos.


Falar sobre capacitismo é um ato de educação: é aprender a olhar o outro com empatia, respeito e escuta, reconhecendo que a inclusão não se faz apenas com rampas e recursos, mas com relações humanas que acolhem e valorizam todas as formas de ser.


Nesse cenário, a Educomunicação surge como uma aliada essencial no combate ao capacitismo. Trata-se, segundo Consani (2025), de um campo que une educação e comunicação, promovendo a construção coletiva do conhecimento e o protagonismo de todos os envolvidos no processo educativo. Ao integrar práticas comunicativas — como o diálogo, a escuta ativa e o uso de mídias diversas — a Educomunicação amplia vozes e rompe silêncios históricos, oferecendo às pessoas com deficiência espaços reais de expressão e participação.

Projetos como rádios escolares, murais digitais, podcasts, blogs, produções audiovisuais e campanhas de mídia tornam-se ferramentas poderosas de transformação. Neles, os estudantes não apenas aprendem sobre inclusão, mas vivenciam-na, reconhecendo-se como produtores de conteúdo, agentes de mudança e defensores de uma escola mais justa e plural.

Essas ações educomunicativas contribuem para que a escola deixe de falar “sobre” a deficiência e passe a falar “com” quem vive a deficiência, criando uma cultura de diálogo, empatia e respeito que se estende para além dos muros escolares.


Ideias práticas para educadores:


· Promova uma campanha escolar contra o capacitismo;

· Crie um podcast ou vídeo com estudantes discutindo o que é inclusão e quais barreiras ainda precisam ser superadas;

· Produza cartazes bilíngues (Português e Libras), valorizando a comunicação acessível;

· Realize uma roda de conversa com convidados com deficiência, para ampliar repertórios e vivências;

· Monte uma galeria de histórias reais, em que estudantes contem experiências de superação das barreiras atitudinais.

Mais do que informar, a Educomunicação forma cidadãos conscientes, críticos e sensíveis às diferenças, capazes de reconhecer que cada voz importa e que a diversidade é o que torna a escola — e a sociedade — mais humana.

 


Texto produzido por: Jéssica Ellen do Nascimento Bernardes




Referência:

BRASIL. Lei nº 11.133, de 14 de julho de 2005. Institui o Dia Nacional de Luta pelo Fim da Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 jul. 2005. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11133.htm. Acesso em: 22 out. 2025.

 

CONSANI, Marciel. Educomunicação: o que é e como fazer. 1. ed. São Paulo, SP: Contexto, 2024.

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