Brasil levaria 468 anos para formar todos os professores para a Educação Especial, aponta estudo
- Robson Wilian Martins da Silva
- há 10 horas
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Um levantamento do Instituto Rodrigo Mendes (IRM), com base em dados do Inep, revela um cenário alarmante: se o Brasil mantiver o ritmo atual, levará 468 anos para que todos os docentes da educação básica estejam devidamente preparados para atuar com estudantes com deficiência.
Segundo o estudo, o número de alunos matriculados na educação especial mais que dobrou entre 2014 e 2024, ultrapassando 1,8 milhão de estudantes, enquanto o número de professores capacitados para atender esse público cresceu de forma muito mais lenta.
Principais problemas apontados:
Formação insuficiente: A formação de docentes para a educação especial no país, que já era deficiente, tornou-se ainda mais crítica diante do aumento das matrículas.· Fragilidade nos cursos de licenciatura: As universidades ainda apresentam uma fraca abordagem sobre inclusão e acessibilidade nos currículos de formação docente.· Falta de recursos: A carência de investimento faz com que professoras e funcionárias improvisem materiais pedagógicos com potes, caixas de leite e outros recursos caseiros, devido à falta de orçamento e infraestrutura adequada.· Precarização da carreira docente: A ausência de incentivos e a sobrecarga de trabalho tornam a profissão cada vez menos atrativa, dificultando a ampliação de profissionais qualificados.
Caminhos possíveis:
O estudo reforça a urgência de atualização e expansão das políticas públicas de inclusão, com foco na criação de novos polos de formação docente e no fortalecimento da carreira educacional.Nesse sentido, o Decreto nº 12.686/2025, que institui a Política Nacional de Educação Especial e Inclusiva, surge como uma possível resposta sua efetivação será essencial para garantir o direito à educação de qualidade para todos.
Impactos esperados:
Ampliação da formação docente em educação inclusiva.· Melhoria das condições de trabalho e valorização do magistério.· Maior equidade e participação social de estudantes com deficiência.· Fortalecimento das políticas públicas intersetoriais de inclusão.
O desafio está posto: sem investimentos, planejamento e vontade política, o Brasil continuará distante de uma educação realmente inclusiva.
Fonte: ES Hoje | Setembro de 2025








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