Relato de experiência: A Literatura como Caminho para a Inclusão - Projeto "Caminhos Literários da Inclusão"

Em um mundo onde a empatia e o respeito são cada vez mais essenciais, a educação tem um papel fundamental na formação de cidadãos conscientes e acolhedores.

Com essa visão, o projeto "Caminhos Literários da Inclusão" se destaca, utilizando a literatura como uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento socioemocional e a inclusão social de alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I.

Idealizado por Mayara Francislaine Sales Anastácio, aluna do curso de Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), o projeto é fruto de uma prática pedagógica realizada em agosto de 2025. A iniciativa envolveu 12 turmas dos anos iniciais da Escola Oscar Magalhães Ferreira (SESI/SENAI) em Barbacena. Mayara, que atua na escola como auxiliar técnica de inclusão, apresentou o projeto no SESIVERSO, um evento da rede FIEMG ( Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) que promove a divulgação de trabalhos em ciência, tecnologia e humanidades.

A apresentação, inclusive, foi feita ao lado de três alunas da escola, leitoras ávidas que ficaram muito animadas e engajadas com a proposta. A Força da Parceria e a Conexão com Histórias Para a execução do projeto, foi estabelecido uma parceria com a bibliotecária Cristiane Julião e a auxiliar de biblioteca Gabriela Carvalho. Juntas, elas selecionaram as obras e planejaram as atividades. As professoras e as coordenadoras Tereza Cristina e Carolina Geoffroy, também, por sua vez, gostaram da iniciativa e abraçaram a proposta. Essa colaboração entre diferentes setores da escola foi crucial para o sucesso e o alcance do "Caminhos Literários da Inclusão".

O principal objetivo do projeto é conectar os alunos com o mundo interior e exterior, estimulando-os a se reconhecerem e a enxergarem o outro com mais sensibilidade. Para isso, foram usadas obras que abordam temas como o reconhecimento de emoções, as virtudes e o respeito às diferenças. Por exemplo, o poema “Ser Diferente”, de Ruth Rocha, inspirou os alunos do 4º ano B a produzir histórias em quadrinhos (HQs). A metodologia participativa é o coração do "Caminhos Literários da Inclusão". As propostas foram pensadas de forma que até mesmo os alunos com dificuldades de socialização pudessem participar ativamente. As atividades incluem rodas de leitura e oficinas criativas que utilizam diferentes gêneros textuais, como poema, fábula, diário e HQ.

O projeto promove o registro das percepções dos alunos por meio de escrita, desenhos ou partilhas orais. O resultado é que as crianças se tornam os autores principais dos livros produzidos, transformando suas próprias histórias em arte. Para ir além das palavras, o projeto utiliza a tecnologia como aliada da inclusão: um dos livros de poemas criados pelos alunos possui um QR Code que permite escutar a recitação do poema. Além disso, uma outra obra inclui uma mensagem final de empatia traduzida em Libras, a Língua Brasileira de Sinais. Essa autoria coletiva fortalece a autoestima, legitima suas vozes e mostra que suas experiências são valiosas.

O "Caminhos Literários da Inclusão" se consolida como um farol de esperança, mostrando que a literatura tem o poder de abrir portas, construir pontes e ensinar as crianças a serem mais humanas, empáticas e dispostas a fazerem a diferença no mundo.

Texto produzido por: Mayara Francislaine Sales Anastácio